Folha
de S. Paulo – DOMINGO, 1º DE JULHO DE 2012-07-26
Falta de estoque em hospitais de São Paulo dá origem a grupos no Facebook, que contam com até 500 membros
Desconhecimento e medo dos donos de felinos são apontados como motivos para baixa adesão à doaçãoMARIANA RIOS
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Grudi, estimados seis anos, tem Aids felina. E precisa de
transfusão e
sangue a cada 15 dias, por causa do avanço da doença que provocou uma
lesão na medula.
Ao contrário do que ocorre com cães, que contam com bancos de sangue consolidados e doadores fixos, não há estoque em hospitais veterinários para felinos.
Por isso, a cada 15 dias, a secretária Adriana Laranjeiras, 34, dona de Grudi, vive uma angústia para conseguir doadores.
“A situação é crítica. Não falo em estoques baixos, mas de ausência do produto em São Paulo e região metropolitana”, afirma a veterinária Ludmila Moroz, que trabalha no banco de sangue do Hospital Veterinário da USP.
Lá, são feitas em média 20 coletas de sangue canino por mês e há uma lista de 120 cães doadores fixo. Para gatos, o número de bolsas não passa de seis; o de doadores, de 20.
O desconhecimento e o medo dos donos são apontados como razão para a baixa adesão ao banco felino. “O ideal seria, pelo menos, 70n gatos cadastrados”, diz Ludmila.
Em situações de emergência, dono de gatos recorrem a grupos do Facebook, como “Cães e gatos salvam vidas doando sangue”, com quase 500 membros.
Foi lá que Liene Rodeguero, 24, uma protetora de animais, viu o apelo inusitado para o gato Elvis. “Eu não sabia que era uma necessidade recorrente (o sangue)”. Agora, dos 11 gatos dela, cinco estão cadastrados para doar.
Elvis, portador de doença congênita, chegou a receber sangue, mas não resistiu à demora. A dona se emociona ao lembrar. “A dor é a mesma de quem tem um parente na espera por um órgão”, conta Rosana Chequetti,23.
Ao contrário do que ocorre com cães, que contam com bancos de sangue consolidados e doadores fixos, não há estoque em hospitais veterinários para felinos.
Por isso, a cada 15 dias, a secretária Adriana Laranjeiras, 34, dona de Grudi, vive uma angústia para conseguir doadores.
“A situação é crítica. Não falo em estoques baixos, mas de ausência do produto em São Paulo e região metropolitana”, afirma a veterinária Ludmila Moroz, que trabalha no banco de sangue do Hospital Veterinário da USP.
Lá, são feitas em média 20 coletas de sangue canino por mês e há uma lista de 120 cães doadores fixo. Para gatos, o número de bolsas não passa de seis; o de doadores, de 20.
O desconhecimento e o medo dos donos são apontados como razão para a baixa adesão ao banco felino. “O ideal seria, pelo menos, 70n gatos cadastrados”, diz Ludmila.
Em situações de emergência, dono de gatos recorrem a grupos do Facebook, como “Cães e gatos salvam vidas doando sangue”, com quase 500 membros.
Foi lá que Liene Rodeguero, 24, uma protetora de animais, viu o apelo inusitado para o gato Elvis. “Eu não sabia que era uma necessidade recorrente (o sangue)”. Agora, dos 11 gatos dela, cinco estão cadastrados para doar.
Elvis, portador de doença congênita, chegou a receber sangue, mas não resistiu à demora. A dona se emociona ao lembrar. “A dor é a mesma de quem tem um parente na espera por um órgão”, conta Rosana Chequetti,23.
MORADOR DE RUA
Já
Adriana conta que fez apelos para
vizinhos, mas não conseguiu convecê-os. “Só quando você vivencia na
pele, vê o
quanto é importante”, afirma ela, que tem 14 gatos – quatro doadores.
Grumi, de
8 anos, doou sangue para Grudi, ex-morador de rua recolhido por
Adriana..
Ela percebeu que algo não ia bem há dois meses. “Ele passou de um gato ativo para extremamente apático em dois dias. “O vírus FIV, transmitido pela saliva, pertence a mesma família do HIV, mas não é transmitido aos humanos e a outros animais.
Para ajudar de novo, Grudi terá que aguardar um mês. Neste intervalo, Puff, outro gato da casa, dará socorro.
Ela percebeu que algo não ia bem há dois meses. “Ele passou de um gato ativo para extremamente apático em dois dias. “O vírus FIV, transmitido pela saliva, pertence a mesma família do HIV, mas não é transmitido aos humanos e a outros animais.
Para ajudar de novo, Grudi terá que aguardar um mês. Neste intervalo, Puff, outro gato da casa, dará socorro.
“Morro de dó. Fico me desculpando com elespor uma semana, deixo que roubem comida, durmam em cima de mim.” LIENE RODEGUERO - Dos 11 gatos dela, cinco estão cadastrados para doar.
“Não tenho coragem de sacrificá-lo. Enquanto ele estiver lúcido, se alimentado, sem sentir dor, vou cuidar dele." ADRIANA LARANJEIRAS,34 - Dona de Grudi, que tem Aids felina e precisa de transfusão quinzenalmente
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